O Conselho Federal de Medicina (CFM) divulgou no final de março a pesquisa Demografia Médica 2018. O estudo aponta que o número de hematologistas e hemoterapeutas titulados cresceu 13% entre 2014 e 2017. Entretanto, 42% das vagas de residência da especialista não foram preenchidas.
No último ano foram autorizadas 184 vagas em Residência Médica em hematologia e hemoterapia pela Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM), sendo que apenas 108 foram ocupadas. A diretora de Relações Institucionais da ABHH, Dra. Silvia Magalhães, aponta a necessidade de maior informação e divulgação da especialidade.
“Vivenciamos um número elevado de vagas ociosas mesmo em grandes centros de referência. O percentual de ocupação vem melhorando, mas é imprescindível contar com uma coordenação efetiva e atuante junto às esferas governamentais”, diz Silvia.
A pesquisa sugere que a não ocupação em RM é um “problema multifatorial, com grande variabilidade” e que parte das vagas não são preenchidas mesmo com candidatos aptos. Entre os motivos estão as desistências de médicos residentes de 1º ano, incompatibilidade com a RM escolhida e dificuldades de adaptação ao local de oferta.
Silvia destacou que o hematologista e hemoterapeuta pode atuar em diversas áreas, como assistência, diagnóstico, pesquisa, ensino, transplantes e da terapia celular. A especialista acredita que este último tem atraído os jovens médicos para os programas de RM em hematologia e hemoterapia.
“Infelizmente não temos números, mas a terapia celular é apaixonante e tem sido objeto de intensa pesquisa e tem grande potencial. É possível que exista sim, uma relação entre o crescimento recente do percentual de ocupação das vagas e a incorporação da Terapia Celular”, observa Silvia.
A ociosidade nas RM é uma preocupação constante da ABHH. A Diretoria da entidade trabalha para incentivar jovens a participar dos programas de residência em eventos e nas mídias sociais, além de oferecer isenção do primeiro ano da anuidade para residentes.
Atualmente há 2.668 mil profissionais titulados em hematologia e hemoterapia em todo o Brasil. A pesquisa foi realizada pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), com o apoio institucional do Conselho Federal de Medicina (CFM) e do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp).