Medicamento precisará ser incluído no rol da ANS

A lenalidomida, medicamento fundamental para o tratamento do mieloma múltiplo, foi aprovada no Brasil pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) em 26 de dezembro. A aprovação representa um importante passo para a ampliação da sobrevida e melhora da qualidade de vida de pacientes.

Estudos clínicos compravam há mais de dez anos sua eficácia ao longo do curso da doença, não apenas como terapia para recidiva, mas também como terapia para mieloma recém-diagnosticado e de manutenção.

No Brasil, o medicamento é indicado para uso em combinação com a dexametasona, para o tratamento de pacientes com mieloma múltiplo refratário ou recidivado que já tenham recebido pelo menos um esquema de tratamento prévio. A lenalidomida também é recomendada para pacientes com anemia dependente de transfusões decorrentes de síndrome mielodisplásica.

 “A aprovação pela ANVISA é o primeiro passo, mas isso não configura, ainda, a questão do acesso. Como se trata de uma droga oral, ela teria que entrar no rol da ANS, que foi publicado recentemente. O próximo só será revisto em 2020. A aprovação da lenalidomida foi tão atrasada que isso prejudicará o acesso a ela”, afirma Angelo Maiolino, hematologista e diretor de comunicação da ABHH.

Maiolino ressalta ainda que é preciso estar atento ao fornecimento da droga. “A incorporação, tanto no sistema público, quanto no privado, é o que preocupa. Precisamos saber se os pacientes conseguirão, de fato, se beneficiar da lenalidomida. O registro já é uma segurança, mas ainda precisamos dar mais um passo”, conclui.